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Em parceria com a MRS Logística, a Newon ajudou a implementar um sistema de automação ferroviária para que os trens da MRS passassem a operar sem tripulação humana em uma Zona de Autossalvamento, onde não é permitida a circulação de pessoas.
Em março de 2019, as barragens Forquilha I e III, em Ouro Preto/MG, passaram para o nível três de risco de rompimento. Quando esse nível é acionado, moradores e residentes das chamadas Zonas de Autossalvamento (ZAS) devem deixar a área por segurança. As ZAS compreendem terrenos nos quais, em caso de rompimento, os rejeitos das barragens ocupariam.
Nesses locais, também não são permitidas atividades que necessitem da presença humana, incluindo a operação ferroviária com maquinista nos trechos que cortam aqueles perímetros. Com essa restrição, a MRS ficou impossibilitada de transportar o minério das minas que se situam anteriores à barragem utilizando trens tripulados. Esta situação representava um risco muito grande para os clientes da MRS, pois, caso, a empresa, não buscasse uma solução inovadora, o prejuízo seria muito grande com o volume de cargas que não poderia mais ser transportado pela ferrovia.
A alternativa encontrada foi adaptar a operação sem a presença do ser humano. A MRS optou então por prototipar uma locomotiva autônoma, utilizando um sistema de controle próprio. Com muita criatividade, ideias inovadoras e dedicação ao desafio, a equipe de engenheiros e técnicos da empresa conseguiu testar e comprovar o conceito desenhado de forma ágil e eficaz, antes de seguir para uma solução mais robusta.
Em conjunto com a MRS, a Newon projetou e implantou todo o sistema definitivo de automação e telecomunicações do trem não tripulado. Esse recurso é baseado em uma arquitetura de hardware voltada para aplicações em complexos ferroviários, tendo uma robustez suficiente para suportar as condições físicas impostas por esse tipo de operação. A plataforma é integrada a sistemas abertos via protocolos industriais por meio de radiofrequência a 400 Mhz e rede celular 4G LTE, garantindo total autonomia.
O monitoramento da operação é feito por meio de um tablet industrial in loco e também integrado ao Centro de controle da MRS. No segundo semestre de 2020, foram feitas a implantação e a homologação do Sistema de Locomotiva Operada Autonomamente (SLOA) na região de restrição da ZAS. Com isso, foi possível garantir a operação em um trecho da malha ferroviária que estava suspensa em função da condição de segurança imposta pelo risco de rompimento da barragem.
A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A companhia foi criada em 1996, quando o governo transferiu à iniciativa privada a gestão do sistema ferroviário nacional. A MRS é hoje uma das maiores operadoras ferroviárias de carga do mundo, com um volume transportado quase quatro vezes superior àquele registrado nos anos 1990.
Quase 20% das exportações brasileiras e um terço de toda a carga transportada por trens no Brasil passam por seus trilhos. Seus vagões levam carregamentos como contêineres, produção agrícola, produção siderúrgica, cimento, bauxita, coque, carvão e minério de ferro. As ferrovias operadas pela MRS conectam regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas e alguns dos principais parques industriais do país aos maiores portos da região sudeste (nos municípios de Santos, Rio de Janeiro, Itaguaí e Sepetiba).